Perdoa-os por acreditarem que a abundância é um luxo. Por desvalorizarem e até gozarem com a palavra abundância. Perdoa-te por te irritares por isso, por teres uma parte de ti que ainda duvida que és merecedora. Perdoa-os por não se quererem ouvir e viverem na alienação do fazer. Com a esperança de que o fazer lhes permita ser e ter.
Perdoa-os por acreditarem que a recompensa e o prazer vêm sempre depois do sacrifício. Aceita que tu já descobriste que o prazer existe em todo o lado, se te permitires parar, ouvi-lo e ouvir-nos. Perdoa-te por não conseguires que toda a gente se sinta assim. Perdoa-te por não te sentires assim todos os dias.
Perdoa-os pelo apego aos bens materiais, como uma recompensa pelo esforço palpável. Perdoa-te por não os compreenderes, mas aceita e tenta, se puderes. Perdoa-te se não conseguires. Perdoa-te também por deixares que a incompreensão do outro se transforme em raiva e desconexão. Escolha a empatia, mas perdoa-te se não a sentires em todos os momentos do teu dia.
Perdoa-os por não compreenderes o teu trabalho e a tua missão. Perdoa-te a ti por entenderes essa visão como crítica ou inveja. Não tem de significar nada face a ti! É um sentimento deles, e não te pertence.
Perdoa-os e aceita-os. Aceita que afastar não é perdoar, mas apenas evitar. Aceitar é conviver, sentir empatia e não levar a peito as suas dores. Perdoa-te por seres diferente e teres tido a coragem de sair da caverna. Ama-te por isso, mas sem rejeitar o outro. Lembra-te que a vida fora da caverna pode às vezes ser solitária! Mas entendo que há uma janela na caverna onde todos podem conviver. Onde tu queres conviver.
Perdoa-os por quererem estar na caverna. Não é tua obrigação salvá-los nem sentir as suas dores. Podes, sim, ajudá-los a espreitar pela janela da abundância, mas eles podem não querer fazê-lo. Perdoa-te e perdoa-os se assim o for.
Perdoa-os pelas críticas e pela raiva que sentem face a ti e às tuas escolhas livres. Não são mais do que raiva face a eles mesmos. Sabe que a raiva que transmitem é inferior à que se infligem a eles próprios. Imagina o quão magoados estão internamente! Sente empatia por essa raiva e perdoa-os. Sente amor por essa criança interior que foi tão maltratada e aceita-os.
Perdoa-os por utilizarem a crítica para chamar a atenção e entende o seu desespero e mágoa! A mesma que sentias quando eras tu a fazer as críticas. Perdoa-te por ainda o fazeres e entende que as críticas vêm de um lugar que precisa de ser trabalhado. Sabe que estás a replicar inconscientemente o que aprendeste. E perdoa-te por, mesmo acreditando que vives em consciência, não seres totalmente livre de padrões inconscientes.
Perdoa-te por precisares de tempo para ti. Como se o tempo tirado para ti significasse roubar tempo ao outro. Perdoa-os por não perceberem a importância de terem tempo para eles, de não se aperceberem dos seus padrões inconscientes e não se permitirem com verdadeira liberdade.
Perdoa-os por não perceberem que dinheiro e investimentos trazem liberdade. Perdoa-os pela visão negativa e suja do dinheiro. Perdoa-te por amares verdadeiramente o dinheiro e a liberdade. Perdoa-os por não perceberem isso.
Perdoa-os por acharem que estão a fazer o melhor. E perdoa-te a ti por achares o mesmo. Sabe que tens a responsabilidade de curar padrões e de procurar o crescimento e o prazer. Perdoa-te se há momentos em que este é um caminho solitário, com algum rancor momentâneo, mas acredita que o crescimento é possível e compatível com a empatia.
Permitires-te viver não é um luxo mas uma obrigação. E o dinheiro um grande aliado nesta viagem de cura da abundância. Perdoa-os porque isso significa perdoar-TE.
2 respostas
Tão bonito Inês 🙂
Obrigada pela partilha e inspiração. É sempre bom percebermos que não estamos sozinhos e que há pessoas que pensam da mesma forma do que nós.
Um beijinho,
Márcia Reis
Que bom querida, obrigada mesmo pelo feedback 🙂
Beijinho grande,
Inês