“O dinheiro não traz felicidade” é uma daquelas frases que ouvimos a nossa vida toda. Há quem diga que o dinheiro ajuda ou facilita no caminho da felicidade, mas a maioria de nós gosta de acreditar o oposto, que o dinheiro não é de todo relevante nem impacta o nosso bem-estar.
Os estudos feitos nesta área nos últimos anos têm demonstrado que o dinheiro traz felicidade, mas apenas até um determinado nível. Existe, sim, uma relação positiva entre salário e rendimento mas apenas até um certo salário, estabilizando a partir daí. A partir de um determinado salário médio ou médio-elevado, o nível de salário não parece impactar a felicidade. Assim, ganhar 2.000 Euros por mês ou 20.000 Euros, segundo esses estudos, é equivalente em termos de felicidade.
Esta ideia foi considerada como verdade no mundo científico e até entre as pessoas comuns na última década. Efetivamente, faz sentido que o dinheiro seja importante nos rendimentos médios e médios baixos, mas que não seja assim tão relevante em rendimentos mais elevados. Acredito que, em parte, esta ideia sirva de “consolo” para quem não é rica. Afinal, não sou rico, mas também não é importante porque a felicidade de alguém que ganhe 10 vezes mais do que eu é igual à minha! Ajuda-nos a contrariar aquele bichinho que há em nós que nos diz que ter mais dinheiro seria benéfico para a nossa vida.
Com o avanço da tecnologia e a possibilidade de chegar a mais pessoas, realizando, assim, estudos mais completos, novos dados sobre a felicidade estão a surgir. O estudo mais completo sobre a relação entre dinheiro e felicidade foi publicado em janeiro deste ano e revela algo surpreendente e que muitos de nós provavelmente não acreditam: quanto maior o dinheiro disponível, maior a felicidade, que é medida não só pelos sentimentos positivos do dia-a-dia, mas também pela satisfação com a vida como um todo.
Não há evidência de um limite máximo de salário a partir do qual a felicidade estabilize. Parece que, tanto a felicidade, considerada como mais temporária, como o bem-estar, mais abrangente já que inclui a satisfação com a vida de forma mais genérica, aumentam infinitivamente. Isto significa que uma pessoa que ganhe 20.000 Euros é muito mais feliz do que alguém que ganhe 2.000.
Na realidade, segundo este estudo, quanto maior o rendimento, maiores os sentimentos positivos que as pessoas experienciam no seu dia-a-dia, além de vivenciarem muito menos sentimentos negativos. Afinal, o dinheiro traz felicidade!
Neste estudo são apenas apresentados dados e não justificações para os mesmos. Os dados apresentados são claros e mostram que a frase “o dinheiro não traz felicidade” é mesmo apenas um mito. A felicidade aumenta – e muito – com o aumento do dinheiro que temos disponível. Porque será? E porque será que este mito foi criado?
Acredito que este mito terá sito criado em conjunto com outros mitos como “investir é só para ricos” com o objetivo de afastar as pessoas comuns do desejo de crescer e ter mais dinheiro. Afinal, se acreditarmos que o dinheiro não traz felicidade, não vamos lutar para ter mais dinheiro, deixando-o nas mãos dos poucos que o têm. Esses, os que o têm, sabem que o dinheiro traz felicidade, mas deixam quem não tem acreditar no oposto.
É importante lembrarmo-nos que dinheiro é felicidade, é poder, é a capacidade de sermos ouvidos e impactarmos o mundo. E quem não quer impactar o mundo e deixar uma marca positiva?
Espero que estas conclusões deste estudo te façam refletir tanto como me fizeram refletir a mim. Cuidar da tua vida financeira é um ato de self-care, tão importante como cuidares da tua saúde e das tuas relações. Vamos cuidar de nós e aceitar que o dinheiro traz felicidade?
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