Os posts deste blog focam-se muito no investimento de longo prazo, mas a verdade é que há várias situações da nossa vida que implicam investir no curto prazo, em particular quando queres investir, mas sabes que precisas do dinheiro nos próximos 3/4 anos.
Assim, se sabes que precisas de dar 20.000 Euros de entrada para uma casa daqui a 1 ano, então tens a obrigação de ter 20.000 Euros nesse período e, portanto, se quiseres investir o teu dinheiro, esse é, sim, um investimento de curto prazo. Uma vez que é importante para ti ter os 20.000 Euros, não deverás colocar o teu dinheiro em produtos de risco, já que os produtos de risco, nomeadamente a bolsa, implicam uma oscilação no valor do teu investimento ao longo do tempo.
Sabemos que, no longo prazo, o investimento em ações ou ETFs compensa, no entanto, se considerarmos períodos menores, de 2 ou 3 anos, nem sempre é o caso. Podes efetivamente perder parte do teu dinheiro nesses 2 ou 3 anos e, em vez de 20.000 Euros, ter apenas 15.000 Euros. Num período de 10 anos, é praticamente impossível que isso aconteça, desde que, claro, saibas o que estás a fazer e invistas de forma diversificada.
Assim, se queres investir e precisas mesmo de uma determinado quantia daqui a menos de 5 anos, o instrumento que eu utilizo para o fazer são os Certificados de Aforro e do Tesouro. É um investimento sem risco, que rende, em média, 1% ao ano, e de capital garantido. Desta forma, garanto que tenho o dinheiro que preciso disponível, sem haver o risco de perder o valor e, ainda, que tenho alguma rentabilidade.
As taxas de juro são baixas, portanto não deves ter todo o teu dinheiro em Certificados de Aforro ou do Tesouro. No entanto, pode fazer todo o sentido para investimentos com um objetivo de curto prazo e mesmo para o teu fundo de liberdade.
Existem ainda outros casos em que tens um objetivo mas ele não é assim tão relevante na tua vida nem tem um prazo concreto. Dou-te um exemplo pessoal. Quando comprei a minha casa própria, decidi que iria fazer obras em casa, mas a dimensão das obras era variável. Podiam ser apenas 4000 Euros, se nos focassemos no essencial, ou ir até 12.000 Euros, se mudassemos mais coisas que nós gostássemos.
O que é que eu fiz na prática? Garanti que os 4000 estavam investidos num local seguro, uma vez que esse era o valor mínimo que eu iria gastar. Assim, coloquei uma parte desse dinheiro na minha conta à ordem e outra em Certificados de Aforro. O restante dinheiro que eu conseguia poupar ao longo dos meses até fazer o pagamento das obras investi em produtos com risco. Na altura de pagar as obras, vi quanto os meus investimentos tinham rendido, não só os que fiz nesses meses como também investimentos passados, e utilizei esses ganhos para pagar as obras. Tive sorte de conseguir fazer obras significativas porque o mercado estava em altas! Mas podia não ter sido o caso!
É importante desmistificar esta ideia de que investir com risco só pode ser no longo prazo e só podes retirar o dinheiro daqui a 20 anos. Não é verdade e esta ideia pode-te estar a afastar de investimentos com rentabilidades significativas! A ideia é que não tenhas a obrigação de levantar o dinheiro no curto prazo, mas tens sempre essa possibilidade.
Se tens algum objetivo em vista mas sem valor nem data concreta, então podes considerar investir parte desse dinheiro em produtos com risco, sempre consciente dos riscos que estás a correr e de que existe a possibilidade de que, no momento em que precises do dinheiro, ele possa ter reduzido de valor face ao montante que lá colocaste. O risco é isso mesmo! No entanto, é também o risco que nos permite rentabilidades atrativas e pôr o nosso dinheiro a trabalhar para nós, portanto não deves descartar este tipo de investimentos, sob pena de perderes muito dinheiro ao longo da tua vida.
Tens alguma questão sobre investimento de curto prazo? Deixa a tua questão nos comentários e partilha este post com alguém que saibas que possa beneficar desta leitura. Obrigada 🙂
Disclaimer: A autora do blog Mais Que Poupar não está registada como analista financeira nem como consultora autónoma, não providenciando recomendações de investimentos. Qualquer decisão de investimento seguindo os conhecimentos adquiridos através deste site são da exclusiva responsabilidade do leitor. Todo o conteúdo presente neste blog tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui uma recomendação ou qualquer tipo de aconselhamento financeiro.
2 respostas
A curto prazo tens por exemplo as poupanças a três meses de alguns bancos online que oferecem até 2% com um máximo de depósito que varia de banco para banco. Sem risco e com rentabilidades atractivas.
Sim, também pode ser uma hipótese! Eu não gosto muito de andar sempre a investigar depósitos e a mudar de Banco mas sem dúvida há boas oportunidades 🙂