Onde aplicar o dinheiro para os filhos?

dinheiro filhos

Tenho de começar por referir que, mais importante do que deixar dinheiro aos nosso filhos, é a nossa própria segurança financeira enquanto pais. Não só faz com que sejamos pais mais relaxados (o dinheiro é a principal causa de stress nos países desenvolvidos, à frente das relações sociais, saúde, etc.), mas também cria filhos mais tranquilos, garantindo um crescimento físico e emocional saudável. Não é, por isso, de todo, egoísta preocuparmo-nos mais connosco financeiramente do que com o futuro dos nossos filhos. Pelo contrário, é sim, benéfico para todos.

Por isso, o meu primeiro conselho é: se sentimos que estamos a abdicar significativamente do nosso bem-estar presente para criar esta poupança para o futuro dos nossos filhos, não o devemos fazer. Pode ser contraproducente, gerar stress adicional na família e criar crenças erradas e limitadoras aos nossos filhos à volta do dinheiro.

Tão importante como chegarem à idade adulta e terem um fundo de maneio é chegarem à maioridade e serem adultos responsáveis, felizes e saberem gerir as suas finanças pessoais. Sermos pais financeiramente responsáveis, falar abertamente de dinheiro e contribuir para a educação financeira dos nossos filhos, uma vez que, infelizmente, a escola não o faz, é muito mais importante do que apenas entregar uma quantia de dinheiro.

Com isto não quero, de todo, dizer que não o devemos fazer. Esta é uma questão que me colocam muito porque todos queremos deixar algo aos nossos filhos para quando atingirem a idade adulta, seja uma ajuda nos estudos ou um valor para dar entrada numa casa. No fundo, o principal objetivo desta poupança é dar tranquilidade financeira aos nossos filhos para serem livres nas suas escolhas — ou seja, para que não se sintam limitados nas suas opções por falta de dinheiro; e para que todas as hipóteses de futuro estejam em cima da mesa.

Que opções existem?

Mais do que na poupança, o foco deverá assentar no investimento. Uma vez que falamos no longo prazo, a mera poupança irá desvalorizar com a inflação, perdendo-se metade (ou mais) do «esforço» pelo caminho. Porém, ao poupar e investir quando os filhos ainda são pequenos encaramos investimentos a 10-20 anos — que permitem que se assuma mais risco com alguma garantia de rentabilidade.

A evitar – e esta poderá ser uma surpresa para muita gente – as contas poupança júnior dos bancos. Apesar de geralmente gratuitas, e associadas a ofertas para miúdos e graúdos, apresentam juros muito baixos, ou zero, na maioria dos casos. Qualquer que seja a poupança, irá depreciar com o tempo: os 100 euros que guardar para o seu filho hoje valerão metade ou menos em 2040.

Segue-se uma lista de algumas alternativas mais interessantes:

  1. Certificados de Aforro e do Tesouro: uma opção para avessos ao risco uma vez que são dos produtos com risco praticamente nulo que existem para o médio/longo prazo. Apesar da rentabilidade oferecida ser hoje francamente baixa, surgem sempre como uma melhor alternativa a ter a poupança parada no banco — a desgastar com a inflação. Pode colocar o dinheiro diretamente em nome da sua filha/o.
  2. Depósitos a prazo: também uma solução para quem não tolera o risco, mas uma vez mais com rentabilidades quase zero nos últimos anos. Contudo, se pesquisar bem, existem algumas opções de depósitos a prazo com rentabilidade positiva. À semelhança do ponto anterior, os depósitos a prazo com rentabilidades positivas, embora baixas, são melhor opção a ter o dinheiro na conta poupança junior. Na maioria dos casos, o dinheiro terá de ficar em nome dos pais.
  3. ETFs: uma opção com risco mais elevado, mas também com possibilidade de maior remuneração. No longo prazo as ações são dos investimentos mais rentáveis — e os ETF são uma forma de investir de uma vez só num grande número de ações (e/ou obrigações) de diferentes setores ou regiões. Podes saber mais sobre como começar a investir em ETFs aqui.

Os investimentos não terão de estar em nome dos teus filhos, uma vez que em muitos casos tal não é permitido, mas podem estar em nome da mãe ou do pai. Basta teres essa nota mental — e, quando chegar a altura, transferires para o novo titular. Podes até fazer um contrato escrito com o teu filho/a onde te garante que aquele produto é dele/a.

Espero que este artigo vos ajude a ver as limitações das opções que vos oferecem no Banco e que de facto consigam fazer o vosso dinheiro crescer, sem comprometer o risco.

Feliz dia da criança 😊

 

 

Disclaimer: A autora do blog Mais Que Poupar não está registada como analista financeira nem como consultora autónoma, não providenciando recomendações de investimentos. Qualquer decisão de investimento seguindo os conhecimentos adquiridos através deste site são da exclusiva responsabilidade do leitor. Todo o conteúdo presente neste blog tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui uma recomendação ou qualquer tipo de aconselhamento financeiro.

Uma resposta

  1. Pingback: My Homepage

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *