- Os Exchange Traded Funds (ETFs), ou fundos negociados em bolsa, são uma opção cada vez mais popular entre investidoras, sejam estas experientes ou principiantes. Resultam numa forma privilegiada de diversificar a carteira de investimentos, oferecendo acesso low-cost a um cabaz de ações, obrigações ou matérias-primas — com uma só transação!
Interessante, certo? Vamos então explorar um pouco: sabes o que são ETFs, porque vale a pena investir neste produto financeiro e como poderás fazê-lo.
Como funcionam os ETFs
Os ETFs são fundos que procuram replicar os resultados financeiros de um índice de referência, como o S&P 500, o Euro Stoxx 50 ou até o PSI 20 (existem outros tipos de ETF mas para efeitos deste post vou-me focar nestes ETFs de gestão passiva). Se o índice subjacente subir 10% o ETF terá um desempenho semelhante. E acontecerá o mesmo se o índice desvalorizar.
Os ETFs podem ser comprados e vendidos ao longo do dia numa bolsa, tal como as ações, beneficiando de elevada liquidez. A investidora ganha exposição a vários títulos de forma passiva: o ETF segue o índice em questão, não sendo necessário tomar decisões de compra ou venda.
Os índices podem cobrir um mercado regional específico (europeu, norte-americano ou outro), um setor particular (energia, saúde ou outro) ou diferentes classes de ativos (ações, obrigações, matérias-primas ou outra) — sendo essa a exposição a que a investidora se remete via ETF.
5 Razões para investir em ETFs
Baixas comissões
Como se tratam de produtos de gestão passiva, que não exigem tomada de decisão de compra e venda, os ETFs vêm geralmente acompanhados de baixas comissões de gestão — próximas de 0. Além disso, representam investimento num grande número de empresas ou outras entidades de uma só vez, com uma só transação e uma só comissão, em vez da aplicação isolada de fundos a várias empresas (como através da compra de ações individuais).
Ampla diversificação
Não é novidade que «não se devem colocar todos os ovos na mesma cesta». A diversificação é um dos segredos para uma vida financeira saudável. Podes investir isoladamente na Apple — ou podes investir num ETF que replique um fundo centrado em empresas globais de tecnologia (como a Apple): se esta desvalorizar significativamente, o fundo poderá manter o seu desempenho graças à rentabilidade de outras empresas.
Retornos significativos
Os retornos proporcionados pelos ETF são geralmente equivalentes aos alcançados com os fundos de investimento de gestão ativa (como um PPR Fundo) e superiores aos obtidos por investimento por conta própria (como a seleção de ações individuais). Contudo, trata-se sempre de um investimento de rendimento variável, consoante o valor de compra e de venda. Mais: alguns ETF proporcionam distribuição de dividendos, ou seja, consegues dinheiro a entrar na tua conta regularmente.
Risco relativo
Todos os produtos financeiros comportam risco, e os ETFs não são exceção. Não existe garantia de rendibilidade, nem reembolso do capital aplicado. Porém, relembro que a investidora aposta num cabaz de empresas (no caso de ETF centrado em ações) em vez de investir numa empresa isolada. O risco dependerá sempre dos produtos e mercados em que o ETF se foca. Os mercados emergentes serão, por exemplo, mais arriscados que os mercados desenvolvidos.
Elevada liquidez
Como são transacionados em bolsa, e podem ser comprados ou vendidos a qualquer momento dentro do horário de mercado (falo da flexibilidade que se observa com a compra e venda de ações), os ETF permitem que transformes o teu investimento em dinheiro rapidamente, em um ou dois dias úteis. Porém, apesar dessa facilidade, são frequentemente considerados para constituição de carteiras a longo prazo. É aconselhado manteres o teu dinheiro num ETF pelo menos 5 anos. No entanto, é sempre positivo saber que tens a flexibilidade de o utilizar quando quiseres, caso seja necessário.
3 Passos para investires em ETFs
Agora que já conheces um pouco mais este instrumento sabes como poderás investir.
1. Escolher o mercado e a classe de ativos
O primeiro passo será escolheres a que mercado e a que classe pretendes estar exposta.
– Queres focar-te no mercado norte-americano (apenas empresas norte-americanas), no mercado europeu (apenas empresas europeias), em mercados emergentes ou no mercado global?
Ou
– Pretendes concentrar-te numa indústria específica (empresas do sector da energia, da saúde, da tecnologia ou outra) — ou em empresas de elevada ou baixa capitalização?
E quanto à classe:
– Queres investir em ações, obrigações (que podem ser públicas ou privadas), matérias-primas ou outras? Ou em várias classes em simultâneo?
Podes optar por um ETF que replique um índice de obrigações públicas europeias, um ETF focado em ações de empresas de tecnologia de todo o mundo ou um ETF centrado em ações e obrigações privadas norte-americanas. São inúmeras as possibilidades!
2. Explorar opções de ETFs
Alguma pesquisa poderá ajudar-te a tomar esta decisão. Analisa aspetos como o desempenho histórico (sempre com a premissa de que «o desempenho passado não é um indicador fiável de resultados futuros» em mente), o preço, a rentabilidade ou a taxa de despesa associada à subscrição do ETF. Podes averiguar estes pontos nas páginas de empresas que oferecem ETF de índice na Europa, como a iShares ou a Vanguard.
Uma pequena ajuda: a designação dos ETF é representativa do mercado, setor ou classe em que se centram. Segue-se um exemplo de um ETF popular no mercado hoje em dia (com um retorno total de 26,42% entre 31 de dezembro de 2018 e 31 de dezembro de 2019):
iShares Core MSCI Europe UCITS ETF: um ETF oferecido pela iShares e que procura acompanhar o desempenho do MSCI Europe — um índice constituído por empresas de média e elevada capitalização de 15 países desenvolvidos da Europa. Podes saber mais sobre este ETF aqui. Nota: este exemplo não constitui recomendação de investimento, é apenas um exemplo.
3. Subscrever um ETF
Tomada a decisão, podes investir diretamente num ETF através de uma corretora online — como a DeGiro, a XTB ou a Carregosa. Poderás fazê-lo através do teu Banco mas os custos são muito mais elevados.
Ficaste com vontade de investir num ETF? Conhece também outras opções para investires as tuas poupanças aqui.
Disclaimer: A autora do blog Mais Que Poupar não está registada como analista financeira nem como consultora autónoma, não providenciando recomendações ou aconselhamento financeiro, nomeadamente no que diz respeito à aquisição ou transação de instrumentos financeiros. Todo o conteúdo presente neste blog tem apenas fins informativos e educacionais, sendo qualquer decisão de investimento baseada nos conhecimentos educativos adquiridos no presente website da exclusiva responsabilidade da leitora. O/a leitor(a) deve recorrer a aconselhamento junto de um profissional quando o seu perfil de risco e a tipologia dos instrumentos assim o exijam.
7 respostas
A nível de impostos e de poder acumulativo, compensa mais comprar ETF europeus ou dos EUA? (Sendo residente na Europa)
Ainda por cima saiu há alguma tempo uma legislação que indica que todos os non-US residents só podem comprar ETFs dos USA através de CFD…
Podes comprar ETFs que repliquem índices americanos que estejam à venda em bolsas europeias 🙂
É dificil ter acesso a ETFs dos EUA, mas podes comprar em bolsas europeias ETFs que repliquem a bolsa dos EUA. Não tens nem deves comprar CFDs 🙂
No caso de ETF de acumulação comprado na corretora deGiro, é necessário declarar no IRS?
No caso de ETF de acumulação só tens que declarar no IRS quando vendes 🙂