Finanças para casais: 5 dicas para enriquecer em conjunto

O tema das Finanças para casais é muito complexo. Sabias que o dinheiro é das principais causas de divórcio nos países desenvolvidos? Porque efetivamente dinheiro não é apenas dinheiro, é a forma como nos relacionamos no mundo. As nossas compras refletem os nossos valores e a forma como lidamos com o dinheiro é muito emocional. Apesar de tudo, acredito que pode, sim, enriquecer em conjunto se adotares as seguintes estratégias:

1 – Aceitares o facto de que há sempre um gastador e um poupado

É muito raro os dois membros do casal estarem alinhados em todas as decisões de compra ou poupança. Existe geralmente um mais inclinado para gastar e outro mais inclinado para poupar, por isso aceitar este facto e tentares-te por no lugar do outro é fundamental.

Vou dar-te um exemplo. Quando um casal faz obras na sua casa, geralmente é muito saliente quem é o poupado e quem é o gastador. O gastador quer fazer obras mais a fundo, não se importa de pagar mais por uma tinta ou material que goste e o poupado tende a ficar chateado por estarem a gastar dinheiro da família no que ele considera detalhes. O gastador, por outro lado, fica chateado porque acha que o poupado não valoriza a casa onde vão viver nem a vida em família.

Se o poupado conseguir ver que, para o outro membro, gastar este dinheiro é uma forma de valorizar a vida em conjunto e, por outro lado, o gastador conseguir aceitar o facto de que o poupado simplesmente não precisa de uma casa muito confortável para aproveitar ao máximo a vida em família, talvez seja mais fácil encontrarem um meio-termo.

É importante aceitares o outro e a forma como ele se relaciona com o dinheiro. Existe (quase) sempre um mais gastador e outro mais poupado, pelo que não adianta tentares mudar esse facto, mas sim trabalharem em conjunto para encontrarem um equilíbrio.

2 – Ter contas separadas e contas conjuntas

O ideal é o casal ter contas separadas e pelo menos uma conta conjunta, de onde saem os gastos conjuntos. Claro que esta é a regra geral, mas tudo vai depender da tua situação em particular.

Por exemplo, se algum dos membros do casal não trabalha, pode não fazer sentido terem uma conta em conjunto para gastos porque estes podem sair diretamente da conta do membro do casal que aufere rendimentos. No entanto, recomendo sempre que nestes casos em que apenas um recebe rendimentos de trabalho se defina um salário para o membro que não recebe rendimentos, ou seja, X dinheiro que entra na sua conta. O que é importante é que haja esta separação entre contas individuais e conta conjunta.

Pode também fazer sentido os casais terem duas contas conjuntas, isto é, uma conta para os gastos em casal, como a conta da casa, supermercado, etc, e outra conta para poupança e investimentos, onde automaticamente entre, por exemplo, 10% do rendimento de cada membro do casal.

3 – Gastos conjuntos divididos em função do salário

Os gastos do casal não devem ser simplesmente divididos por 2, mas deve-se ter em conta o salário de cada um. Assim, se um membro do casal recebe 1000 Euros, o outro 2000 Euros e os gastos em conjunto são 600 Euros, o primeiro deve pagar 200 Euros e o segundo 400 Euros. Desta forma, pagam os dois a mesma percentagem do seu salário, neste caso 20%. 200/1000 e 400/2000 representam a mesma percentagem de esforço. Esta é a forma mais justa de fazer a divisão dos gastos e que gera menos ressentimento.

4 – Automatizar o máximo possível

Não só nas finanças para casais, mas nas finanças pessoais em geral, automatizar é fundamental. Desta forma, não dependemos da nossa força de vontade para tomar boas decisões financeiras, mas sim de um processo automático que nos obriga a comportarmo-nos corretamente.

Se automatizares, por exemplo, a transferência do dinheiro para as tuas duas contas de casal conjuntas – a de gastos e a de poupança – mal o salário entrar na tua conta, não poderás depois gastar esse dinheiro porque já foi posto de parte automaticamente. Esta dica parece muito básica, mas é muito útil e é a grande diferença entre quem consegue acumular dinheiro e quem não consegue.

O livro O milionário Automático fala exatamente da importância de automatizar decisões financeiras para a acumulação de riqueza significativa.

5 – Falar e definir objetivos em casal

Discutir objetivos em casal em pé de igualdade, independentemente do salário de cada um, é fundamental. Devem os dois membros do casal contribuir para a discussão e decisões financeiras de forma equivalente, ou seja, não deverá ser um dos membros a decidir o montante a poupar, o montante a investir e onde investir, mas devem ser decisões tomadas em conjunto.

Um estudo feito pela Merrill Lynch revela que as mulheres são quase tão confiantes como os homens para tarefas financeiras como pagamento de contas ou orçamento financeiro, mas que a confiança das mulheres baixa significativamente quando falamos de investimentos. Os homens tendem a tomar quase todas as decisões de investimento num casal, mas na realidade ambos podem ganhar se as mulheres também participarem de forma ativa.

Sabias que o maior arrependimento financeiro das mulheres é não terem investido mais? Se és mulher e queres melhorar a tua literacia financeira, inscreve-te no próximo Workshop Presencial de Finanças Pessoais Femininas. Sabe mais aqui. Se és homem e tens uma parceira mulher, porque não ajudá-la a contribuir para as decisões de investimento do casal? Com certeza vais ser uma grande mais valia para enriquecerem em conjunto.

Espero que aproveites a entrada do novo ano para começares a implementar estas 5 regras de finanças para casais. Se o fizeres, tenho a certeza que 2020 será um ano de sucesso pessoal e financeiro, já que estas regras não só contribuem para um enriquecimento em conjunto, mas também para que as discussões relativas ao dinheiro acabem. Feliz 2020!