É natural que uma sociedade capitalista se organize em torno do dinheiro, sendo por isso também expectável que a educação dada às nossas crianças tenha o critério monetário muito presente. As crianças são, desde cedo, incitadas a estudar, ser bem sucedidas na escola de forma a terem um bom trabalho que lhes permita sobreviver com dignidade. No entanto, o que não me parece tão benéfico é que se assuma que haja um único caminho e que desde cedo nos façam sentir que temos de subjugar os nossos interesses pessoais para seguir o tal único caminho do sucesso. Não ensinamos aos nossos filhos as vantagens de ter dinheiro e a ver o dinheiro de uma forma positiva, mas estamos constantemente a alertar para os perigos de eles eventualmente não terem dinheiro suficiente. É o caminho do medo, o medo de ficar sem trabalho, o medo de não ser valorizado pela sociedade, que leva os pais a ensinarem os seus filhos a “seguir o dinheiro”.
É também contraditório que, embora o objetivo de ter filhos bem sucedidos a nível monetário está muito presente no tipo e métodos de educação dos pais, não exista educação financeira ensinada formalmente nas escolas. Fica reservado aos pais o papel de ensinar aos filhos como gerir o seu dinheiro, pais esses que muitas vezes não só não têm formação específica no tema (nem têm obrigação de ter), como não têm tempo para pensar em questões complexas relacionadas com o dinheiro, um tema que tem tanto de aborrecido como de emocional. Sim, a forma como vemos o dinheiro está muito ligada à nossa educação, às nossas emoções, aos valores da sociedade onde nos inserimos e ao nosso próprio ego. Por isso, conseguir pensar na gestão do dinheiro pessoal de forma objetiva e racional é efetivamente difícil, pelo que deveria ser a escola a ter um papel fundamental neste domínio.
Quem por aí concorda que deveria existir educação financeira nas escolas? E quem sente que poderia ter feito melhores escolhas se tivesse tido educação financeira desde cedo?
3 respostas
Educação Financeira Sim e logo desde o primeiro ciclo!
Concordo a 100% 🙂
Eu não concordo. 🙂 Deve começar no pré-escolar, sendo que a 1a coisa é distinguir o que “precisamos” e o que “queremos” .