Barry Schwartz, na sua TedTalk chamada O paradoxo da escolha explica de forma muito clara como o facto de termos disponíveis um maior número de escolhas não maximiza a nossa liberdade nem a nossa satisfação. À partida e segundo uma lógica racional, mais escolhas deveriam ser melhores do que menos, isto é, entre a hipótese de comprar calças pretas ou brancas e a hipótese de comprar calças pretas, brancas, azuis, amarelas ou castanhas, a segunda opção deveria ser mais apetecível. No entanto, segundo o autor, na realidade, acontece o oposto. Há, assim, dois efeitos interessantes que se manifestam nas pessoas quando têm de decidir perante várias opções:
1 – demasiadas opções de escolha podem produzir imobilização em vez de ação
Efetivamente, se pensarmos no nosso dia-a-dia, quando somos presenteados com mais opções, muitas vezes não sabemos o que fazer e ficamos quase que paralisados. Imagina o caso de um restaurante com 100 pratos. Provavelmente seguiremos mais a sugestão do empregado do que num restaurante com 10 pratos, em que tomaremos uma decisão mais consciente.
Ao não tomarmos decisões devido ao elevado número de opções existentes, estamos muitas vezes a dar o poder ao outro para decidir por nós. Em situações mais importantes do que a escolha de um prato no restaurante, por exemplo, na escolha de um seguro de saúde, muitas vezes, por inércia, acabamos por escolher a opção default e portanto deixando a seguradora tomar a decisão por nós, que poderá não ser a mais benéfica para o nosso caso específico. A inércia leva quase sempre a um pior resultado do que a ação e escolha consciente, no entanto, o elevado número de opções disponíveis convida a essa inércia, por falta de tempo e compreensão das diferenças entre as várias opções.
2 – quando é feita uma escolha, num mundo com inúmeras opções, ficamos menos satisfeitos com a nossa decisão do que ficaríamos se tivéssemos menos opções.
Este segundo efeito é muito interessante e está diretamente relacionado com o conceito de custo de oportunidade que falamos num post anterior. Voltando ao exemplo do restaurante com 100 pratos, ao escolhermos 1 dos 100 pratos, estamos a ter consciência que há 99 opções que estamos a deixar para trás. A probabilidade de que pelo menos um desses 99 pratos seja melhor do que a nossa escolha parece muito elevada. Segundo Barry Schwartz, quanto mais opções temos disponíveis, maior a nossa expectativa relativamente ao quão boa é a opção escolhida e, portanto, menor o nível de satisfação com os resultados. Este efeito também é sentido no mundo do on-line dating em que está à distância de um click a possibilidade de conhecer outra pessoa, eventualmente melhor do que a que estamos a conhecer no momento.
Sim, ter possibilidade de escolha é positivo, mas ter demasiadas opções não beneficia o nosso bem-estar nem a nossa satisfação com a decisão tomada. Pensa nisso quando estiveres perante um dilema entre inúmeras escolhas e não percas muito tempo a tentar escolher a opção perfeita!
Se te interessa o tema da Psicologia do dinheiro clica aqui para mais artigos relacionados.
2 respostas
Contudo, bancos medios sao mais arriscados que bancos grandes. Para se resguardar, o investidor nao deve investir mais que 70 mil reais em LCIs de uma unica instituicao financeira, pois este e o limite garantido pelo Fundo Garantidor de Credito (FGC). Ainda assim, caso o banco quebre, o investidor pode ter que esperar dias ou ate meses para recobrar seu investimento. Se o investidor nao quiser correr o risco de nao ver seu dinheiro apos tres meses, a melhor opcao e mesmo a poupanca em um grande banco, onde esse risco de quebra e menor. A poupanca tambem tem garantia do FGC para valores de ate 70 mil reais por CPF.